segunda-feira, 16 de julho de 2007,23:16
Dickens

No passado perguntavas muitas vezes como iria ser o teu futuro.
Tem piada...nunca perguntaste como iria ser o teu presente.
Será uma impossibilidade semântica?
No passado sonhavas com uma música que nao conseguias escutar.
Agora ela envolve-te na sua melodia e simplesmente não a consegues entender.
Trará o futuro a compreensão?
No passado sonhavas com palavras que atingissem a perfeição, a plenitude.
Agora sabes que buscas o inatingível mas não consegues deixar de tentar pois não?
Não consegues deixar de tentar uma e outra vez, tocar no sonho ao de leve
com a ponta dos dedos.
Trará o futuro a conjugação perfeita? A emoção transcrita no papel?
No passado desejavas tantas vezes que o tempo corresse...
ele, ele fez-te a vontade e não correu, voou!
Tem piada..o passado chega ao futuro e o presente nem se deu conta.
O presente coitado é sempre o mais esquecido...poderiamos pensar que
era o passado mas não...esquecido é um atributo do presente.
O passado é recordado, por boas ou más razões e o futuro é antecipado,
mas o presente, o presente é a incógnita de que ninguém se apercebe.
No passado tudo era esperança. Havia mil e uma estradas a percorrer,
mil e uma metas a cortar.
No passado existias tu e tudo quanto a tua imaginação conseguia alcançar.
No passado havia o amanhã. Que nunca mais chegava mas que traria consigo
o mundo novo.
No passado haviam promessas por cumprir.
No presente há uma estrada em linha recta sem sinalização.
Há uma tarde de Verão em que a chuva cai.
Há um bar de hotel e um copo de vermute.
Com uma rodela de limão.
No presente há a expectativa. E a pergunta que ecoa entre o passado e o futuro:
'Porque não lhe deste um beijo de boa sorte?'
No presente o tempo sobra.
Sobra para recordar o passado e antecipar o futuro, ao sabor de um vermute.
Com uma rodela de limão.
E duas pedras de gelo.
No presente o tempo não tem dimensão. Não há forma de o medir.
A cada segundo que passa o passado torna-se futuro.
...o presente é aquela fracção milionésima de tempo que os relógios não medem
e os corpos não sentem.
O presente não existe.
 
quinta-feira, 12 de julho de 2007,00:34
Carta a um amigo
Ola,

como vais? O que tens feito? Há imenso tempo que não te vejo, está tudo bem?

Comigo sim, as coisas vão andando, mas conta-me as novidades. Que se passa de novo na tua vida? Tenho pensado tanto em ti.

Na realidade sinto uma certa tristeza porque sei que devo pensar em ti bastante mais do que pensas em mim. Não, não digo isto chateada.
Apenas triste.
Pela distância que se interpôs entre nós.
Durante tanto tempo fomos dois, sempre juntos, sempre emparelhados. Que agora, apesar de já não ser novidade esta distância, ainda me custa.
Lembro-me várias vezes de nós.
Da cumplicidade, da amizade, da comunhão de ideias e ideais.
Das gargalhadas, das palhaçadas, da sorridente memória da amizade.
Dos telefonemas, dos passeios, das aventuras.
Das descobertas que fizémos em conjunto à medida que fomos transpondo marcos importantes no crescimento de qualquer adolescente ou jovem. Da forma como partilhávamos experiências que ambos passámos mais ou menos na mesma altura, da forma como desabafávamos um com o outro e parecia que havia sempre coisas a dizer.

Sinceramente, há coisas na vida que damos por garantidas...e tu eras uma delas. Nunca me passou pela cabeça que aos 40, 50 anos não continuássemos amigos, em contacto, unidos...quase irmãos. Mais que muitos irmãos. Mas a vida é mesmo uma caixinha de surpresas e pregou-me esta rasteira. Pouco a pouco a distância foi chegando. A distância, as ideias em desacordo, os ideais em oposição. Chegou a idade adulta e deparei-me com alguém que via a vida com olhos tão diferentes dos meus, que foram um dia nossos. Começou a haver cada vez menos para contar, cada vez menos para partilhar, cada vez menos descobertas em comum. A distância tornou-se inevitável. Mudaste. Provávelmente dirás o mesmo de mim. É natural, não posso negar que provávelmente aos teus olhos também já não sou a mesma. E nem me apercebi que mudava à luz dos teus olhos claros. Mas apesar de claros sentia que iam ficando frios. Endureceste. Talvez tenha sido a vida que te endureceu. Eu ainda não. Mas é provável que um dia fique assim. Talvez ai nos aproximemos de novo. Mas agora não. O afastamento ainda não está completo. Porque ainda penso em ti frequentemente. Haverá um dia em que o teu nome será uma suave recordação. E a tristeza será mais familiar, mais instalada. Fará parte do som com que ecoa o teu nome.
Chegará o dia em que seremos estranhos.
Talvez depois desse dia nos reencontremos na rua e decidamos tomar um café. Aqueles cafés que adoramos. Talvez nesse dia a conversa volte a fluir e as novidades, mesmo triviais, sejam tantas que a emoção se apodere de nós e nos esqueçamos do que eramos e do que fomos.
Talvez nesse dia te mostre esta carta.
Até lá desejo-te o melhor do melhor. Que sejas feliz. Que reencontres o sorriso genuino.
Que te voltes a abrir ao mundo porque lhe fazes falta, acredita.
Poder-me-ia despedir de muitas maneiras mas apenas quero dizer

Até um dia.
 
segunda-feira, 9 de julho de 2007,04:01
Um dia

Um dia vou poder dizer que dei a volta ao mundo
(sem contar as vezes em que fiz girar o globo do escritório)
Um dia vou poder dizer que não há tarefa que me meta medo
(sem contar com as 7 do Hércules que eram só dele)
Um dia vou finalmente aprender a andar de bicicleta
(as rodinhas atrás são mera decoração)
Um dia vou sentir que o mundo é a minha casa
e o tempo uma variável irrelevante
Um dia vou contar uma história só minha
(mesmo que seja em voz baixa ao meu filho que adormece)
Um dia vou cantar num karaoke
(mas só se o bar já estiver vazio)
Um dia vou conhecer pessoas que me irão revelar
mistérios da humanidade
(mesmo que sejam demasiado misteriosos para eu os compreender)
Um dia vou subir a uma montanha
(e perceber que a perspectiva tem muito mais que se lhe diga
do que poderiamos imaginar)
Um dia vou aprender a tocar piano
Um dia vou aprender a fazer um bolo
Um dia vou aprender a pintar
Um dia vou abrir uma janela e ver o nascer do sol
(e vou pensar que nunca tinha reparado na beleza singular daquele momento)
Um dia vou poder dizer que me encontrei
(apenas para perceber que estive o tempo todo a ver o mapa de pernas pró ar)
Um dia vou poder dizer que me conheço por inteiro
(mas não me vou conseguir explicar a ninguém)
Um dia vou poder dizer que a minha vida fez sentido
(aqui novamente entra a perspectiva)
e que não há mais nada que um dia possa dizer.


[Dedicado ao meu Trio Maravilha que com a sua amizade me mostra todos os dias
que devemos ser melhores do que pensamos para merecer os amigos que temos]
 
domingo, 8 de julho de 2007,07:58
Noite
A noite instalou-se. Calma, silenciosa, clara. Só os sons da noite ecoam. As árvores a sussurrar ao vento. Os carros a passar ao longe em estradas invisíveis. Animais nocturnos saudam-se. Os candeeiros acesos também têm som. O som da noite.
Calma, silenciosa, clara.
Secreta.
De todos e de ninguém.
E a minha mente navega nesta noite escura em busca das palavras, dos sentimentos.
Navega sem bússola, sem timoneiro, sem sombra de terra à vista.
Livre, navega ao sabor do som da noite. Emoções antigas navegam com ela.
Antigas.
Milenares, talvez.
Incapazes de se reunir em torno de uma ideia concisa como peças de um puzzle espalhadas pela sala. Todas as peças iguais mas juntas formam um desenho diferente.
Só que não sei qual é.
 
sábado, 7 de julho de 2007,18:15
Tu
Quem és tu?

Quem és tu que procuro sem saber o que quero encontrar?
Quem és tu que encontro em mil e um detalhes sem te procurar?
Quem és tu que me chama, me puxa, me atrai vindo não sei de onde nem de quando?

Quem és tu?

Não sei o teu nome mas sinto que tiveste vários de todas as vezes que cruzaste o meu caminho.
Como és tu?

Tiveste muitas faces, muitos corpos, muitas vozes. Mas sempre o mesmo olhar, os mesmos gestos, a mesma entoação.
Quem és tu que fazes de mim esta eterna viajante, rumando a vida à espera de te voltar a encontrar? Sei que te procuro, não sei se já te encontrei desta vez. Podes estar diferente, de todas as vezes és diferente mas no fundo de ti não há equívoco. Se estiveres lá.
Quem és tu??
Quem és tu que reconheço em mil histórias, que identifico em atitudes e acções, que vislumbro nas palavras e perfis? Quem és tu que me persegue sem eu pedir? Uma sombra de algum passado que não recordo? De algum capítulo que não fechei? De alguma estória donde fugi cedo demais? A alma torturada que me fascina, que me deixa o corpo e o espírito em tumulto, que me faz sentir agrilhoada num presente onde não me completo, onde me falta algo para que o eu compreenda o Eu.
A alma torturada, o olhar sombrio, o sentimento de revolta, o sofrimento de que não podes escapar. Também eu não consigo escapar. Tu que sabes que não podes ser feliz, tu que acreditas que não mereces ser feliz, tu que segues sozinho o teu caminho nessa estrada que ainda não tem fim, tu, tu...não sabes que sigo sempre contigo?
Não sabes que estou sempre aqui, nem eu mesma sei porquê, mas estou sempre aqui, à espera, à espera do dia em que os nossos caminhos se cruzem e os nossos olhos se voltem a encontrar.
E aí saberemos.
 
,17:57
Do outro lado...[Parte II]
Passaram dez, doze anos. E no entanto parece que não passou tempo nenhum. Continuo sentada à mesa de um café, com uma caneta numa mão, um cigarro na outra e uma folha em branco à minha frente. Os cafés foram mudando, as canetas também. Os cadernos cheios de frases indecifráveis amontoam-se na minha cave e até a marca dos cigarros é diferente. Mas nada mudou. Será que alguma vez vai mudar? Será que alguma vez vou deixar de sentir que há outra pessoa dentro de mim? Será que daqui a dez anos ainda estarei aqui? Ou terá o meu espírito finalmente sossegado, resignado a não despertar emoções que não podem ter qualquer explicação. Será este tumulto enfurecido um eco do aproximar de mais um aniversário? Será só a minha alma a querer que a vidade me arrebate e me faça voar? Há dias assim em que me sinto dominada por recordações distantes que não consigo esquecer...nem lembrar. Estarei a viver uma ilusão? Estarei a enganar-me a mim própria dizendo que esta vida não é aquela a que estou destinada? O ecoar longínquo, tão longínquo de memórias. Sei que estão lá, têm de estar. De onde vêm não sei, nem sei se algum dia conseguirei explicar a mim mesma porque há dias assim.
Dias em que prefiro mergulhar no sonho. Reencontrar-me nas histórias dos outros, na vida dos outros. Pensada, imaginada, sonhada. Uma outra vida. Que passa por mim e não consigo agarrar.
Há dias assim. Em que sinto que devia fugir de mim mesma e começar tudo de novo. Atirar tudo ao ar e fazer todas as loucuras. Baixas as máscaras, as defesas, os medos, os SEs...e fugir, fugir, correr até não saber onde estou. E só aí me poderia voltar a encontrar.

Há dias assim...
Lisboa, 01 Julho de 2007
 
,17:40
Do outro lado...[Parte I]
Há dias como este em que me sinto duas. Em que me sinto diferente de mim. Em que me sinto a viver num corpo emprestado, numa vida emprestada. Em que me sinto destinada a viver outra vida que estou a adiar.

Há dias assim. Em que algo que parece viver adormecido dentro de mim desperta. E grita por se sentir enjaulado, camuflado, enterrado. Desperta e quer-me fazer despertar também. Não sei bem o que acorda de vez em quando. Não sei bem que subtis detalhes despoletam o seu acordar. Um olhar, uma história, uma recordação. E tudo se torna um rebuliço cá dentro. Serão vidas passadas que não chegaram a ficar no passado? Parece loucura, nem consigo justificar o que me leva a pensar nisto.

Mas há dias assim. Em que sinto que eu não sou Eu de verdade e que a minha vida é um livro fechado que não consigo abrir e decifrar.

Redescubro a liberdade de escrever. Sempre foram as palavras que me fizeram sentir livre, livre. E aos poucos redescubro o prazer de pegar na caneta e deixar a tinta escorrer ao sabor dos meus sentimentos. Escrevo sem pensar no que escrevo. Concentro-me no que sinto. E sinto que ninguém me conhece de facto, nem mesmo eu.

Todos têm uma ideia de mim mas ninguém faz ideia de quem sou.
De que há dias assim.
Em que me transformo...ou me revelo?

Há dias assim. Em que a chuva está prestes a cair mas nunca mais cai. Apenas ameaça. Olhamos pró céu e vemos no concílio de nuvens que se juntam que estão prestes a chover. Mas a intenção nunca mais se concretiza. Como os meus sentimentos que se acumulam sem encontrarem a razão para transbordar.

Há dias assim. Em que sei que estou acordada. E acordada sinto que devia estar a sonhar.
Lisboa, 01 de Julho de 2007
 
,17:18
Se eu fosse uma parede

Se eu pudesse ser uma parede... direita, alta, sem falhas.
Se eu pudesse ser uma parede... forte, impenetrável, sempre presente e sempre invisível.
Se eu pudesse ser uma parede, apoiar-te-ia. Poderias encostar-te a mim e esconder-te do resto do mundo. Eu não te julgaria. Não te perguntaria o que se passa, não te daria conselhos, bem intencionados mas inúteis.
Se eu pudesse ser uma parede, estaria sempre . Ouvir-te-ia sempre sem nunca murmurar uma palavra. Poderias bater os teus punhos contra mim sempre que sentisses que o mundo se fecha em teu redor, te sufoca.
Poderias chorar, de raiva, de medo, de tristeza ou saudade. Poderias gritar bem alto, exprimir o teu sofrimento sem te sentires observado, julgado, em dívida de atitudes ou explicações. Apenas eu estaria lá. E eu seria só uma parede. Direita, alta, sem falhas. Mas quebrada por dentro a cada lágrima tua que caisse em mim. Forte, impenetrável, sempre presente mas sempre sempre tão invisível para ti. Faria parte do teu mundo, rodear-te-ia, proteger-te-ia, não deixaria que ninguém te visse se não quisesses ser visto. Seria o teu abrigo, o teu refúgio.
Se pudesse prenderia a respiração ao sentir o teu corpo encostado a mim, quente contra frio, macio contra duro, e fecharia os olhos. Passarias as tuas mãos por mim em busca de respostas que tens guardadas dentro de ti e eu sentir-me-ia desfalecer.
Nesse momento desejaria poder murmurar uma só palavra que ecoaria para sempre dentro de mim: "Amo-te".
Nesse momento desejaria não ser alta, nem direita, nem sem falhas.
Desejaria não ser forte, impenetrável e sempre mas sempre invisível.
Desejaria ser emoção, sentimento, carne.
Desejaria sair da parede para dentro dos teus braços.
 
,17:09
O Sonhador...seria?

Palavras Cruzadas
de olhares provocadores,
são as noites roubadas
no bazar dos Amores

Respostas inquietas
a perguntas mudas
e um sorriso de poeta
como quem diz:
"Não te iludas".

Um sorriso de poeta
e os versos no olhar
"Não te prendas borboleta,
foste feita pra voar"



"A noite é a minha amante
passo as noites no seu leito,
embala-me fascinante
no doce calor do seu peito."

"Não te iludas miuda,
que só a ela pertenço,
tal como o sol queima a lua
é na noite que me aqueço."



Numa esquina de nada
onde o tempo não passo
ele chorava a madrugada
e a noite que o amou...



Mas a noite acabará por voltar
ele...
ele olha para mim
com o seu sorriso triste nos lábios
"Olha miuda, sábios,
são aqueles que não temem o fim...
Não te iludas borboleta,
foste feita pra voar"



Foram as últimas palavras.
Partiu.
Sem olhar pra trás.
As minhas mãos ficaram,
escravas...
de tudo o que lhe quis dizer,
a esse doce poeta cansado de viver...
e não fui capaz.

(Junqueira, 24 de Abril de 1995)
 
,15:10
Estrela da Tarde

Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardi

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde

Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza

Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se enchera
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto.
José Carlos Ary dos Santos
 
,14:21
Segunda oportunidade


Se os nossos livros dessem vidas, vidas de carne e osso, a respirar, falar, cantar, sonhar...seriam sem dúvida alguma vidas muito mais simples que as nossas.. e o engraçado é que nunca pensamos nisso, mas passamos horas a pensar nas mil e uma aventuras que queriamos viver e não sabemos como. E assim se passam as horas...

Não gosto de blogs.
Nunca gostei.
Soa-me sempre a invasão de privacidade.
Sempre achei que a minha empatia era com a caneta e o papel...e como tenho saudades dessa cumplicidade em que mais ninguem sabia tanto da minha vida como a folha de papel em branco que se preparava para me ouvir sem me julgar. Mas as vidas mudam, as cumplicidades desvanecem-se e achei por bem dar-te uma oportunidade... a ver como te safas blog.