quinta-feira, 6 de maio de 2010,22:26
S29
by Dwawid

When in disgrace with Fortune and men's eyes,
I all alone beweep my outcast state,
And trouble deaf heaven with my bootless cries,
And look upon myself and curse my fate,
Wishing me like to one more rich in hope,
Featured like him, like him with friends possess'd,
Desiring this man's art, and that man's scope,
With what I most enjoy contented least.
Yet in these thoughts myself almost despising,
Haply I think on thee, and then my state,
Like to the lark at break of day arising
From sullen earth, sings hymns at heaven's gate;
For thy sweet love remembered such wealth brings
That then I scorn to change my state with kings.

 
segunda-feira, 20 de julho de 2009,15:52
Trailler

Era uma vez um romano que, ao comer um canapé e bebendo um copo,
teve medo do agrafador que o perseguia com o olhar por todo o escritório.


ps - Mts mercis à autora pela dedicatória da frase
 
quinta-feira, 9 de julho de 2009,19:33
Off Balance

Será da idade? Será que entrei numa fase em que não consigo seguir o rumo dos meus próprios pensamentos? Pela própria mão entram num vortex de ideias, flashs que não consigo seguir, nem quero. Deve ser da idade. Certamente.
A ideia certa para sermos certas. O errado não ficou para trás, nem por sombras; há-de chegar novamente na idade certa. O errado não mora aqui. Não agora, não ha utopias incertas nem flashs de fantasias.

Esta é a idade do equilibrio...do principio do equilibrio. Porque o vazio é um espaço longo que teoricamente não tem fim. Mas já todos sabemos que a teoria não tem lugar no real. E por isso o vazio tem um fim. A preenchê-lo está o equilibrio.
Qual castelo de cartas que fica milimetricamente no seu lugar, estático, pétreo, no lugar certo.


Sendo assim o desilibrio só pode ter batido à porta errada. Vou deixa-lo bater e fingir que não estou. Apesar de me apetecer abrir a porta escancarada e deixar entrar uma rajada de vento que deixe tudo de pernas para o ar. Que vire o mundo do avesso e me prove que a gravidade é uma ilusão e que cadeiras coladas no tecto são apenas uma ideia pouco prática, mas praticável.

Esta é a idade da razão, da procura do equilibrio. Porque é que tenho sempre de ser do contra?
 
sexta-feira, 19 de junho de 2009,02:53
A alma no olhar
Tinha nos olhos a eterna independência
de quem vagueia pelo mundo sem nada a perder
e no seu sorriso transparecia a essência
de uma alma errante na razão de ser.

Nos seus olhos brincava a imortalidade
como um secreto refúgio onde se abrigar
as suas mãos esguias não tinham idade
eram as de um homem
que no Nada, tinha Tudo para dar...

Dos seus lábios nada havia a dizer
apenas um sorriso mostrava quem era
um homem que não tinha nada a perder
para quem o Outono era a Primavera

Se chovia caminhava pelas ruas
gozando sereno o perfume da água
e à noite seduzia a lua
era o terno amante por quem ela esperava.

Era um homem. Sem nome. Sem rosto.
Só o seu olhar chamava a atenção.
O olhar de um homem que sofrera um desgosto
O olhar de um homem que matara a paixão.

Mas seguira em frente na estrada da vida
seguira sozinho tentando sempre esquecer
de mãos vazias mas de cabeça erguida
ia um homem sem nada a perder...
 
,02:45
O louco da montanha
Era um homem. Por entre a natureza.
Era um homem. Que amava a solidão.
Nele, a chama da loucura estava acesa;
era o louco da montanha
que perdera a razão.

Amava a solidão, impregnava-se dela
e ao acordar respirava a maresia
Tinha a noite como cama
e o luar como janela
e sem nunca parar para pensar
vivia o dia-a-dia.

Era um homem que tivera de tudo
quando no fundo nunca quisera ter nada
e para fugir da solidão do mundo
embrenhou-se no silêncio da alvorada.

Amava o mar que o deixava em paz
e as marés que nunca traziam respostas
Agora...
era o louco da montanha mas antes
fora apenas um rapaz
que encontrou uma saída
e lhe virou as costas
 
,02:28
it's better to burn out than fade away
Alma, chora por dentro...grita
desabafa a tristeza numa noite de trevas
deixa que a lua te transmita
toda a leveza a que te negas.

Alma, abandona-te , deixa-te ir
partilha-te, revolta-te contra a tristeza
não tentes fugir...
se sabes que não és capaz.

Mas não te desvaneças na teia do eterno,
não mergulhes na melancolia do vazio,
não te envolver na magia do mistério
não há nada lá...é escuro...é frio
Perdeste algo de ti alma, e a perda...
foi talvez imensa, foi talvez terrivel
mas talvez, só talvez, te tenhas descoberto
num hemisfério novo, uma nova amiga
Perdeste uma alma antiga
mas talvez já não houvesse lugar para ela.
Mas escuta ao longe não houves?
A melodia de uma nova cantiga...

Talvez te traga sons que não conheces,
talvez te traga cores que nunca vistes,
talvez seja miragem, talvez...mas não sentes
que poderás embarcar numa nova viagem?

Atreve-te a ir para além dos limites
arrisca e vê o que se esconde para lá,
para lá daquilo a que não te permites
procura a fantasia que tanto desejas
e se ja sabes que aqui a não há...
então mergulha para além do sol
e embriaga-te com o orvalho de uma nova madrugada
e que a beleza da vida seja o teu anzol
se o agarrares...
nunca mais te sentirás abandonada.
E cheira a maresia no anoitecer
dança acompanhada pela primavera
esculpe no sonho aquilo que queres ser
e pinta na tela da memória...
a face fugidia de uma doce quimera.

Atira beijos aos astros cadentes
deseja sonhos indesejáveis
e sonha e sonha e sonha...
até que te sintas dormente
de derrubar barreiras inderrubáveis.
E se mesmo assim te sentires sozinha
inalcançável, incompreendida,
odiável, instável, mesquinha
irremediavelmente perdida...
sente o Sangue a pulsar-te nas veias
sente o Bater deste coração
apesar de tudo...
lembras-me o mar que beija a areia,
na despedida da última noite de Verão.
 
,02:18
Preciso de ti
Porque este mundo me usa e me estraga
preciso de alguém que reze por mim.

Porque nao sei onde estou - se existo - o que quero,
preciso de alguém que reze por mim.

Porque a força me falha quando o tempo enrijece
preciso de alguém que vele por mim.

Porque me sinto sozinha numa terra que não me pertence,
preciso de alguém que vele por mim.

Porque tropeço e caio quando tento dar dois passos,
preciso de alguém que reze por mim.

Porque ja não sei no que acreditar, o que esperar,
preciso de alguém que acredite por mim.

Porque ainda não sei parar de chorar,
preciso de alguém que me ame por mim.